21 julho 2010

O Beijo do Vampiro



Veio lentamente
A noite se aproximava
Com sua bruma negra e o seu ar gélido
Me envolveu
Senti uma onda me consumir
Delirante, alucinante
Desejo e loucura se misturavam
Alguém entrou na casa
Mas a porta continua fechada
As janelas sopram um vento horripilante
Uma sensação fantasmagórica vem em minha direção
Quero fugir, mas algo me atrai
O medo se traduz em curiosidade
Desço as escadas
Sinto que não estou sozinho
Meus passos ecoam na madeira
Ouço um leve barulho
Meu corpo se arrepia
Paro!
Olho para os dois lados
Nada
Mesmo assim sinto que há alguém por perto
Falo algumas palavras
Ninguém responde
Insisto
Nada ainda
De repente algo me chama atenção
O corredor está tomado por uma névoa que vai em direção a sala
Sigo essa trilha de fumaça
O coração dizendo que não
Mas o extinto dizendo que sim
Dou os primeiros passos
A névoa vai tomando meu corpo
Escurecendo meu trajeto
Penso em voltar
Mas é tarde demais
Uma energia me puxa para dentro da sala
As cortinas balançam com o soprar do vento
Algo frio se aproxima atrás de mim
Tento gritar, mas minha voz se omite
Há uma trava na minha garganta
Nenhuma palavra consegui sair
Alguém está acariciando as minhas costas
A sensação é estranha
Um misto de medo e torpor,
Dor e prazer
Agonia e relaxamento
Não sei explicar
Sinto o seu respirar
E isso me deixa excitado
De repente sou alvo de uma mordida voraz
Uma dor alucinógena que eleva meu corpo
Por alguns instantes senti a minha alma abandonar meu corpo
Êxtase total
O meu sangue estava sendo drenado para a boca deste ser
Mas, por alguma razão ele não me matou
Apenas provou do meu sangue e partiu pela escuridão da noite
Adormeci...
Acordei tonto, sem saber o que tinha acontecido
Toquei meu pescoço
Senti as marcas de uma presa sedenta de fome e prazer
Depois daquela noite
Minha vida tomou outro rumo
Vejo a vida por outros ângulos
Vago a procura de retribuir o que senti
E hoje sou o vampiro da noite




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