19 abril 2015


De uma relação amorosa
Tão belo nasci;
erfume da rosa, Eis-me aqui.
Sou tal qual o
pNo momento sou um feto;
Não sou bem enxergado,
or invejado. Quão grande ale
Mas daqui algum tempo nascerei E mostrarei um a
mgria irei sentir Quando em seu colo eu me deitar.
pra sempre ficar. Prometo-lhe m
Quando em seus braços me divertir E em seu coração
amãe ser pra ti belo, A terei como amiga em todo momento;
ntimento. Te ajudarei na hora
Tenho certeza que serei singelo E lhe mostrarei todo meu s
e da dor; Te abandonar nunca, jamais, Enfrentarei o problema contigo seja lá qual for.
m uma despedida E não decrete o fim
Deixá-la sozinha eu não seria capaz. Te amo mamãe querida; Seja forte, Não faça de m
ida minha sorte. Deixe-me nascer. Oh, mãezinha, eu só quero te ver; Dá-me nove meses do teu ser, Não impeça-me de viver.
i
Avistar o seu rosto É o meu intento. Ter ao nascer da vida um gosto É o que pretendo. Que bom seria te contemplar. Rea
lze esse meu sonho, O sonho de ao seu lado estar; Não o torne abstrato e tristonho. Faze-me de sua vida uma vida,
não sei o que está
Um sorriso plasmado, Mas não sem desmedida. Torne-me um desejo de vida estampado. Mãezinha, o que está havendo? E
uacontecendo. Por que estás assim fazendo? Não vê que eu estou tremendo? Sinto que vou perdê-la. Não sei mais o que fazer.
ecaem E a vida me é tirada. S
Acho que nunca mais irei vê-la; Como irei sobreviver? Minhas forças se esvaem E o meu coração chora. Minhas esperanças se
dinto muito mãezinha, por não conseguir ser O que a senhora desejaria ter; Eu posso mil forças fazer, Mas tu não queres que o meu amor em ti venha nascer.
Sinto muito mamãe..
Estou muito triste mãezinha, Porém, meu amor lhe concede o perdão. Não se sinta em hipótese alguma sozinha, Pois estarás pra sempre em meu coração.

Ostentar, mas ostentar o que?
Ostentar está e é a moda, exibir o kep vip, a corrente, a bermuda dobrada a tatuagem demasiada, o carrão, as vodkas, as mulheres... Vamos ostentar, ostentar o pensamento ignorante, o sistema que aprisiona o outrem ostentar o "heterocristãobranco"
Ostente, ostente mais, ostente o carinha de 16 anos atrás da grade ostente este mesmo na rua abandonado, entregue à cultura do banditismo, sem assistencialismo Ostente a OSTENTAÇÃO, o importante é ter não importa como; ostente a educação Prussiana
Vamos ostentar mais, ostentar mais um gay morto mais uma mulher vitima da cultura do estupro, também o homem, o homem? Por que NÃO? Ostente mais um "tricotar", ostentar a saúde pública
Vamos homens, ostentem, ostentem a vagabunda, a puta ostentem o machismo e o resto vá para puta que o pariu, novamente, a PUTA que o pariu que ironia, ostentem a depreciação da mulher, ostentem a Presidenta Dilma Não só isso, mas vamos ostentar as violências globais, as injustiças mundiais ostentar o "umbiguismo" Ostentar a opressão da maioria Ostentar o direito da minoria, sabe aquela história, FODA-SE;
OsTeNtAr os que não fazem nada e ganham muito e os que fazem muito e ganham nada estes merecem o mundo
Eu, eu quero também ostentar, ostentar contra isso, ostentar o pensamento crítico ostentar o comodismo, ostentar esta sociedade como PISA.
Ostente, ostente!

Há uma incoerência antiga em torno das relações sexuais. O que deveria ser gratuito, é na verdade o produto mais caro do mercado. Isto é o sexo, que desde a antiguidade é consumido como produto e comercializado como tal. As pessoas não aprenderam ainda a trata-lo com a naturalidade que lhe é peculiar e isso deu vazão a atravessadores, que se aproveitam dos tabus alheios para lucrar. Em meio a isso, pessoas são privadas dos seus prazeres, porque a moral e os bons costumes reduziram o sexo à procriação e não ao prazer. Devido a essa redução, indústrias e instituições poderosas ganham muito em torno dessa questão, enquanto a sociedade, que deveria regozijar disso sem bloqueios, é ensinada a ser limitada nesse sentido, quando poderia já ter evoluído no quesito sexo e tudo que gira em seu entorno.

Nas negociatas a respeito do sexo, a história prova que o surgimento da família é, talvez, o marco primário dessa discussão. Quando, por questões meramente econômicas, o homem cria a ideia de família, no período do surgimento da agricultura no mundo, o foco estava na perpetuação dos bens entre os familiares e parentes. Nasce também a ideia de casal, de que ele é dela e ela é dele, como se existisse fidelidade total entre ambos. Porém, a questão maior é que devido a tais mudanças, ao longo da história casamentos foram criados, romances foram escritos, novelas, filmes, e uma série de coisas atrativas foram comercializadas, nas quais além de criar um modelo romanesco clichê, acaba privando o sexo ao matrimônio, ao passo que demoniza quem o pratica fora desses moldes.

Como o ser humano é, por excelência, transgressor, eis que a prostituição surge para afrontar a padronização existente. Ela é antiga. Estudiosos relatam que tal prática data de muito antes da era cristã, mas com nomes e maneiras diferentes em tempo e espaço. Entretanto, há algo que não mudou. Tanto no passado quanto no presente, prostituir-se é um ofício lucrativo. Basta passar em muitas ruas e ver estampadas nas bancas de revistas livros e exemplares especializados nesse gênero. O mundo pornô, responsável pela popularização da prostituição, também invade o campo dos filmes, da mídia aberta e, com o advento da tecnologia, é também disseminado pela rede. Exemplos não faltam, desde filmes como 50 Tons de cinza, passando pelas Brasileirinhas, séries como Gabriela, sites pornográficos diversos, etc.

As ruas também contam com profissionais dispostos a tudo por alguns trocados. São mulheres, homens, travestis, prontos para aliviar as carências dos seus clientes por quantias que variam muito. O sexo é muitas vezes mecânico. Não existe afeto, nem muitos carinhos. Só um enlace de pernas e braços, membros que se encontram e se encaixam para satisfazer suas carências. De um lado pessoas que não encontraram outra alternativa a não ser vender o próprio corpo por dinheiro. Do outro, pessoas infelizes, incompletas e insatisfeitas com as suas vidas sexuais, dispostas a pagar um preço alto para apenas gozar. Sabendo disso, clubes de stripper, de swing, saunas, prostíbulos, puteiros, e uma infinidade de locais emergem do nada para atender a demanda daqueles que preferem a segurança e o sigilo que a rua as vezes não dispõe.

Falar de sexo vendido é lembrar das excentricidades de que muitos são capazes de fazer, apenas para ter poucos minutos de orgasmo. Há poucos anos o Brasil serviu de exemplo para isso, quando uma catarinense resolveu vender a sua virgindade na internet. Na ocasião, uma longa discussão foi feita na rede. Pessoas acharam absurdo que alguém fosse capaz de uma atitude dessas, mas ninguém se choca ao pagar por uma Play Boy, nem por alugar DVDs pornôs para menores, ou por arriscar a vida nas madrugadas atrás de sexo. Coisas essas que são tão excêntricas quanto se vender na net. Ou seja, o que muitas pessoas não perceberam ainda é que todos pagam para fazer sexo, direta ou indiretamente, quando ele deveria ser totalmente filantrópico.

Entretanto, por viver nessas incoerências, a indústria pornográfica é uma das que mais cresce no mundo. Na verdade, ela esbofeteia a cara da sociedade no seguinte tocante: como se aprende a reduzir o prazer a gestação, o sexo só por sexo, sem compromissos nem amarras, choca porque não está dentro do que foi determinado como correto. Ai vem o universo pornô dizer que é possível sim ter prazer, orgasmos diversos, das maneiras mais esdruxulas possíveis, muitas vezes até com mais de uma pessoa. A mídia indiretamente também cumpre um papel semelhante, sobretudo quando coisifica as relações conjugais em suas telenovelas, comerciais de bebidas alcoólicas, Reality Shows, permitindo que o sexo livre seja concretizado, de modo que do outro lado o telespectador, dentro dos seus limites, faça a sua avaliação. É claro que ambos abalam a sociedade mais conservadora, a qual não aprendeu a fazer sexo de graça, mas pagando preços altíssimos para realiza-lo.

Não se pode ignorar também o papel das religiões, sobretudo aquelas de origem cristã. Nelas, temas transversais ao sexo, como aborto, autonomia, prazer, orgasmo, homossexualidade, identidade de gênero, orientação sexual, entre outros, ainda são tratados com muito recato. Há uma repressão sobre tais temas, pois eles desrespeitam os preceitos defendidos por muitas congregações religiosas. Ora, é inegável que não se pode confrontar os pilares de nenhuma religião, por se tratar de espaços com ideologias para muitos sagradas, porém, muitas delas sem notar também lucram com a questão do sexo. Por defender um modelo de vida menos lascivo, muitas religiões galgam fieis prontos para defender e propagar suas ideias, mesmo que isso custe tempo e, em muitos casos, dinheiro. Por isso que se vê hoje muitas igrejas e templos com estruturas colossais, pois são, antes demais nada, fruto da luta delas contra o sexo e sua pluralidade.

Em face a esta questão, há aqueles que rompem com todo esse sistema opressor, defendendo a ideia de um amor livre, livre de leis, regras, das imposições do Estado e da Religião. Por ignorância, muitos classificam como obscenidade, promiscuidade, imoralidade e outras insanidades do gênero. O amor livre, bem como o poliamor, guardadas as suas proporções, são estratégias válidas para desmontar esse comércio imoral do sexo, que precocemente induz as pessoas a pagar por algo que a natureza nunca cobrou: o prazer. Em contrapartida, muito antes de defender a conduta liberal do sexo, é preciso que ele passe a ser ensinado mais naturalmente. É quando a escola se torna imprescindível para a desconstrução de tal tema. A ela cabe naturalizar o sexo, repassando o discurso de que se for feito de forma segura, a pessoa pode e deve conhecer mais de um corpo, antes de decidir se firmar com alguém. Também é papel dela desmistificar os tabus que giram em torno aos temas que resvalam do sexo e de como há pessoas, que por razões diversas, praticam sexo fora do convencional, mas não há nada de anormal nisso.


A anormalidade reside nessa indústria por trás do sexo que faz com que Governo, mídia, mundo pornô e religiões lucrem com o prazer, ou desprazer alheio. Não se pode, após saber disse, perpetuar o sexo fadado ao casamento e a procriação apenas. Quando se faz isso, ignora-se que crianças e adolescentes são explorados sexualmente; pessoas são contaminadas com doenças veneras; mais homens, mulheres e travestis encontram na prostituição uma profissão; a mídia enriquece o seu ibope; o cinema leva mais gente as suas salas cada vez mais cheias; os filmes pornôs passam a ser mais educativos do que prazerosos; buffet de casamentos se proliferam; virgindades continuarão a ser vendidas e corpos serão tratados como objetos, coisa que, infelizmente, já ocorre na prática. Então, sem perceber, um dos maiores prazeres humanos passará a ser disputado na bolsa de valores. Não será surpresa se isso começar amanhã... 



Por Marcelo Semer

// ContraCorrentes

Diz um adágio popular que uma desgraça raramente vem sozinha. Mas o saco de maldades recentemente aberto no Congresso tem muito pouco a ver com má sorte.
Terceirização e redução da maioridade penal estão mais próximas do que pode parecer à primeira vista. E são apenas entradas no cardápio que a aliança neoliberal-reacionária que se formou no Parlamento é capaz de oferecer.
O aumento dos prazos para a progressão criminal; o crime de terrorismo contra manifestações; uma plêiade de tipos hediondos; o fim do auxílio reclusão; a revogação do estatuto do desarmamento; a delegação da demarcação das terras indígenas, a independência do Banco Central e outras tantas propostas draconianas que dormitavam esquecidas no Congresso à espera de um vácuo de poder como esse. Só vêm a comprovar que o estágio atual do Brasil, no frenético caminho para o absolutismo penal e a precarização do trabalho, é de ser mesmo o país do passado.
Não há como isentar o próprio governo de sua parcela de contribuição no recrudescimento desse estado policial, pois ainda não compreendeu o quanto isso representa no esgarçamento do estado social que afirma defender. Várias leis do rigorismo penal foram e continuam sendo originárias do governo federal e é quase só disso que se trata nos propalados pacotes anti-corrupção.
Esquece-se, todavia, que as pessoas vão às ruas também por outras insatisfações, com o Bolsa Família, a PEC do Trabalho Doméstico ou cotas raciais. Quem quer avidamente prender adolescentes não pretende gastar mais dinheiro com as crianças pobres.
O estado mínimo, que diminui regulações, direitos sociais e tributos, exige um estado máximo que persiga, processe e prenda cada vez mais. Na figura de linguagem que ficou célebre pela pena de Loic Wacquant, em seu Punir os pobres, quanto mais enfraquece a mão esquerda, social do Estado, mais se fortalece a mão direita da punição.
A fragilidade do governo deu o sinal para o butim reacionário, da rebelião dos antigos aliados à ambição golpista dos opositores.
É certo que o grito de impeachment vem sendo entoado mesmo já antes da posse, eivado, assim, pela inconsistência jurídica, na ânsia de reverter uma eleição perdida.
Mas é evidente que serve como pressão para que a governabilidade se traduza em submissão, abandono de princípios e fisiologismo. Se a prática produzir uma inversão das urnas, como o vencedor aplicando o programa derrotado, o resultado não terá sido lá muito diferente da deposição.
Escancarar as portas ao estado policial, sepultando o precário estado social, é um preço caro demais a pagar. Não vale a pena lutar para salvar os anéis, se isso resultar em entregar os dedos.
Jonathan Simon em Governing Through Crime mostra como a Guerra contra a Pobreza, objetivo central do new deal foi substituída pela Guerra contra o Crime, a partir do final dos anos 60 do século XX, aprofundando-se fortemente nos 90. E como a vítima passou a ser a figura central da sociedade norte-americana –mais que o cidadão ou o contribuinte. É este modelo que vimos continuamente imitando, com o fortalecimento jurídico e político do Ministério Público, em especial com a ampliação dos espaços de barganha no processo penal, o recrudescimento legislativo e até a embrionária privatização penitenciária. Seguimos, ainda, na desastrada guerra às drogas e na desavergonhada seletividade que prende muito mais negros do que brancos.
Mas o que não é bom para os EUA também não é para o Brasil.
Foi-se o tempo em que o liberalismo tinha uma função de contração de um poder absoluto. A autodenominada pátria da liberdade tem dois milhões de almas encarceradas.
O Iluminismo nos legou a noção de direito penal como limite do poder punitivo, ideia que parece ter ficado para trás, entre suas pautas tão positivas quanto irrealizadas, como a humanidade das penas ou a intervenção mínima.
Os novos liberais, agora, não querem mais emancipar uma classe que o regime obstruía, mas, sobretudo, evitar a emancipação de outras. Por isso, se aproximam a regimes autoritários quando o assunto é direito penal. Não à toa, Estados Unidos e China disputam a liderança da população carcerária mundial.
Pesa aí também o apelo do marketing eleitoral e o apego à mídia que, de tradicional óbice a um estado policial, transformou-se em seu principal combustível.
E, de fato, poucas influências têm sido tão decisivas para o recrudescimento penal, seja no impacto sobre as legislações de pânico, seja a influência nas jurisprudências de emergência, do que os programas policialescos, o noticiário sensacionalista e os editoriais implacáveis que sugerem as respostas duras ao medo incessantemente estimulado.
Por mais que se prenda, e se prende muito, por mais que se prenda rápido (metade dos presos não foi definitivamente julgado e quase 40% destes serão soltos quando o forem), ainda assim sempre será insuficiente para aplacar a sensação fortemente incensada da impunidade.
Nada bastará, nem penas cada vez mais severas, nem encarceramento cada vez mais precoce.
O estado mínimo prossegue, paradoxalmente aos supostos princípios liberais, para um inevitável estado policial. Os caminhos de quem quebra direitos sociais e aumenta sanções penais se imbricam de forma inquebrantável. Nos modelos, nas soluções e nas crises.
Quando direitos sociais se fragilizam, quando os mercados expulsam o Estado das regulações, e as crises se abatem sobre as economias, as respostas de fundos e troikas é a de aprofundar os próprios mecanismos que geraram o colapso. É o mesmo que ocorre com o rigorismo penal, que mergulha o Estado em altos índices de violência (a Lei dos Crimes Hediondos foi o exemplo mais paradigmático) e é contraditoriamente chamado para resolver os próprios problemas que deu origem.
No capitalismo predatório e no estado policial que ele ajuda a criar nada merece tanto prestígio quanto as ideias que fracassam.
Que elas não tenham tanta força para nos recolocar na vanguarda do atraso.
Marcelo Semer é Juiz de Direito em SP e membro da Associação Juízes para Democracia. Junto a Rubens Casara, Márcio Sotelo Felipe, Patrick Mariano e Giane Ambrósio Álvares participa da coluna Contra Correntes, que escreve todo sábado para o Justificando.

Continuo, estranhamente, achando que falta alguma coisa nessa linda, muito linda, como mais adianto explico, talvez seja coisa de macho-jurubeba que aprecia a fartura, a opulência, a comilança como ideia de quem viveu historicamente a fome atávica. É, amigo, mulher muito linda, nos padrões ditos ideais, até gay deseja, quero ver é amar a vida e a paisagem feminina indiscriminadamente e a qualquer hora. Não posso deixar, à guisa de um redundante guisadinho à brasileira, é de dizer que, se tiver que escolher, prefiro as normais e as minhas taras pelos humaníssimos defeitos. A perfeição exagerada broxa ou brocha – o dicionário admite as duas grafias.
Dito isto...
Querida Gisele, quando você estava lá se despedindo da plateia do SP Fashion Week esta semana, ave, o Congresso acenava ao trabalho precário
Como Pelé, a modeloGisele Bündchen se despediu esta semana das passarelas ainda com muitas paradinhas sexualmente estratégicas, sua marca na moda, para gastar nos desfiles. Pelé fazia paradinhas nas cobranças de pênaltis, algo odiado pelos goleiros. Nos primeiros momentos, as moças que competiam com Gi, desculpa a intimidade, morriam de inveja de tal gesto da galega. O movimento sempre foi sexy tanto no orgasmo do gol quanto na reinvenção da câmera lenta para os fotógrafos do mundo fashion. Paradinha. É o faz-que-vai-e-acaba-fondo que dá um nó no verbo ir e vir, constitucionalissimamente falando.
Assim como o rei do futebol, tomara que a rainha da modelagem faça várias despedidas, mesmo que “oficialmente” tenha parado no auge como o 10 eterno do Santos Futebol Clube, o maior e mais elegante time de todos os tempos e de todas as galáxias. Toda nossa monarquia artística ou boleira, aliás, sempre amou uma cerimônia de adeus provisória. Só do rei do baião, Gonzagão, testemunhei pelo menos três, cada uma festa mais bonita e importante do que a outra. O título de nobreza dá esse direito no jogo tupiniquim dos tronos.
Mas não é apenas com a sua despedida no auge que Gisele explica o Brasil e suas riquíssimas contradições permanentes. A alemãzinha da colônia de Horizontina (RS) chega às passarelas aos 14, em 1994, ano do tetra da Copa de Romário e Taffarel nos EUA, sob o signo da euforia da criação do Real, ainda no governo Itamar Franco, comFHC no posto de ministro da Fazenda. Os escândalos da safra, tomando aqui a corrupção como vinho fino, eram o da compra dos equipamentos bilionários do Sivam --o sistema de vigilância da Amazônia-- e o caso da Pasta Rosa, a contribuição ilegal comprovada de pelo menos US$ 2,4 milhões do sistema bancário para candidatos governistas. Você não se lembra porque no tempo não havia essa de prender ninguém por essas vergonhas petistas que vemos até hoje na era Dilma.
Noves fora as tenebrosas transações de quase sempre, Gisele chega na precoce vida profissa em um ótimo momento de recuperação econômica e vento favorável soprando do Sul para o Sudeste e daqui para uma carreira internacional que todos bem sabemos. Coisa linda. Brasil-sil-sil. Muitos escândalos depois, como a Privataria Tucana e o Mensalão do PT, cada safra com seu aroma de amadeirado Pau-Brasil na retaguarda do populacho cheio da cachaça chamada esperança, Gisele reina no mundo. Pega também a fase do Brasil de Lula moda & modinha, a nossa pátria em chuteiras, anúncio da Copa 2014 e Olimpíadas 2016, e o mundo todo em havaianas aos nossos pés. O fim do rodrigueaníssimo complexo de vira lata.
Óbvio que a essa altura Gisele não dependia mais da economia do seu país de origem, embora tivéssemos, graças aos bons ventos do lulismo, melhor era do país de todos os tempos, alcançado o sétimo lugar no planeta. Bonito. Demais.
Entre o jurubeba de varejo e o pinot noir da gente fina, continuamos degustando nossos escândalos de sempre. Repórter investigativo de vários jornais, durante todo esse período Gisele, virei somellier de falcatruas de variados e sortidos aromas. Meu camarada de algumas tantas noites paulistanas Manoel Beato, cabra do ramo do vinho, me ajudou, sem frescuras ou rótulos, a gostar do bom e barato, mostrou como era possível, principalmente naquele tempo, eita Gisele, do dólar no 1x1 ou quase, aquele dólar Grenal empatado, jogo parelho, inverossímil e milagroso. Pior é que eu não obedecia nem à versão bagaceira do Beato. Queda por queda, querido amigo francês Camus, não há retro nem pós gosto na vida. Pense! Viver é tombo.
Gisele, amor, nem imagina entrar nessa política toda. O que desejava mesmo era revelar como tu explicas o Brasil na ótica da crônica de costumes
Que bobagem existencialista é essa, cronista nordestino picareta, ainda mais nessa hora no Galeto Sat's, Copacabana, oxe!, madruga. É o que cutuca uma linda puta à prova de pendores ideológicos, ela, a nova Lili Carabina, que apronta suas merdas na rua e chega no bar para devorar uns duzentos corações de galinha na brasa. Ora com vinho da Serra gaúcha, ora com a pinga da esperança dos mortais que comentam o noticiário e o 0x0 de Corinthians x San Lorenzo, o time do papa. Ela tem fé, acredita até em roubo repassado no videoteipe futebolístico.

Retrogosto da ressaca histórica

Você está certo, velho superego chamado Corisco. Meu papo é com Ela. Querida Gisele, pelo menos da Constituição trabalhista e cheia de direitos de 1988 até o retrogosto da ressaca dos feios, sujos e terceirizados de 2015, mudou muito, minha linda. Quando você estava lá se despedindo da plateia do SP Fashion Week esta semana, ave, o Congresso acenava ao trabalho precário, inclusive da mão de obra costureira da moda, o trabalho sem garantias, o serviço cujo direito é o pé-na-bunda, aquém, muito aquém do que imaginaram e fizeram teus conterrâneos Getúlio Vargas e o velho Leonel Brizola, para citar o homem das leis trabalhistas e o defensor com o luxo da coragem de uma Anita Garibaldi.

Gisele pós Gilberto Freyre

Gisele, amor, nem imagina entrar nessa política toda. O que desejava mesmo era revelar como tu explicas o Brasil na ótica da crônica de costumes, algo muito mais importante, como escrevi numa publicaçãozinha chamada O Livro das Mulheres Extraordinárias, aqui como infinitas modificações. Algo assim, não sei o que tu achas:
Gisele ainda engatinhava, anos 1980, quando o sociólogo Gilberto Freyre alertava, no Recife, sobre tendências de costumes e novas concepções de feminilidade no Brasil.
Profético, Freyre descreveu como o norte-europeizante ou albinizante de beleza que começava a se destacar na tevê, nas revistas e passarelas. A mulher alta, alva, loira, cabelos lisos e corpo menos arredondado. Havia também um reflexo desse impacto nas ruas: a morenidade cedia à loirice artificial.
Era a nova concepção “ianque”, em contraponto à beleza brasileiríssima da mulher mais baixa, morena, cabelos negros, longos, crespos, cintura fina, peitos pequenos e a bunda grande.
Naquele momento, o autor de Modos de homem & modas de mulhercitava apenas Vera Fischer como musa-mor dessa “nova mulher” que, de certa forma, resgatava a queda que o Brasil aristocrático tinha pelas bonecas francesas.
Mal sabia o bruxo de Apipucos que a menina que engatinhava em Horizontina se revelaria a referência e o modelo máximo de beleza brasileira na moda. O impacto eurotropical do Sul do país gerou Giseles em série no mercado fashion, embora nenhuma outra, jamais, tenha alcançado a mesma importância.
Na dialética do botequim, porém, o dilema proposto por Freyre continua rondando a cabeça do macho brasileiro. Há sempre algum canalha “nacionalista” em defesa de um tipo mais brejeiro, miscigenado, mignon. O assunto sempre dividiu as mesas. Com um detalhe: a avassaladora preferência feminina pelo “tipo Gisele”.
Em vez do alumbramento óbvio diante da beleza da top model que encantava o mundo, minha visão inaugural, quando estive frente a frente com Gisele, foi a da maioria dos homens do Brasil: fiquei achando que faltava alguma coisa. Trocaria fácil, fácil um tanto da elegância e competência na passarela por alguns quilinhos a mais. Muito gazela para o meu gosto.
Com toda a canalhice que é a façanha de dar uma nota para uma mulher que passa, como na brincadeira adolescente e porco-chauvinista, eu atribuí 5,5 para a moça. Que ousadia. Um traste feio como este cronista se atrevia a gigantesca e soberba impropriedade.
Que eu tenha direito ao sagrado perdão, Gisele, deixo aqui o meu mea-culpa. Aquela foi minha nota geral para as modelos da época, que definhavam de tão magras. Uma nota crítica e metonímica: confundi a parte pelo todo, portanto dei um 5,5 para a anorexia reinante no mundo.
Eu havia sido convidado pela Folha de S.Paulo, em 1997, para acompanhar Gisele no Morumbi Fashion e escrever uma crônica. Assim aconteceu nosso encontro. Eu era então um homem sério, um engravatado repórter de política. Um deslocado na moda, um homem de outro mundo, daí minha matutice estética.
Não poderia deixar de exaltar um rosto incrível, óbvio, uma comissão de frente, uns peitos que representavam um Brasil farto à Morumbi. A magreza de todo o corpo, porém, era equivalente aos grotões do país pré-Bolsa Família de Lula.
Depois, óbvio, fui entendendo que a Gisele ficou ligeiramente gostosa. Que era bela com aquele corpo mesmo, que tinha, sim, uma bunda que eu teimara em não perceber, confundindo a parte pelo todo dos desfiles – um esqueletismo que não batia com a minha fome ancestral.
O certo, caro Freyre, é que, mundo afora, Gisele reina como nossa Pelé loirissimamente bela. Não te preocupes, a beldade, paradoxalmente, leva o Brasil miscigenado à passarela, te garanto. Ela anda bonito demais, como na poesia suburbana de quem equilibra uma lata d’água na cabeça. Hoje daria nota 9,9 para Gisele. Quando ela ganhar alguns quilinhos, quem sabe, eu viro Carlos Imperial, grande canalha e artista do patropi pré-Gi e grito: “Dez, nota dez!”.
Xico Sá, escritor e jornalista, é autor do romance Big Jato (editora Companhia das Letras), entre outros livros.
Visto no: El País

Caro leitor dos Grisalhos, após longas férias eu estou de volta completamente renovado. Confesso que desta vez senti saudades.
Hoje trago este assunto para discussão, pois muitos jovens gays sentem atração por homens mais velhos e na maioria das vezes as relações são fugazes e em outras é difícil encontrar outro parceiro. É o caso de um jovem acadêmico de medicina que teve seu primeiro contato com um homem há seis meses.
Antes, ele achava que o relacionamento com homem não passava de sexo, atração, algo carnal, sem envolvimento emocional e que assim ele pudesse manter o controle, manter o sigilo, ter a sua família com filhos e quem sabe algumas vezes dar as fugidas para suprir seus reais desejos.
Contudo, apos o primeiro contato, ele percebeu que há sim o envolvimento emocional, e, no seu caso foi muito forte, pois se considera carinhoso e descobriu que gostaria de ter alguém sigiloso assim como ele, mas que quisesse manter algo fixo e que pudesse dormir juntos, uma amizade, algo além de sexo.
Este jovem conheceu o blog há pouco tempo e chamou a sua atenção a quantidade de posts sobre a carência e o isolamento dos coroas homossexuais.
No entanto, suas experiências são incoerentes com essas ideias de que os coroas sofrem por não conseguir alguém, pois, as poucas experiências que ele teve o fizeram concluir que a maioria dos coroas só quer sexo, não estão preocupados em manter algo como uma amizade, apesar de mentirem que querem e que são carinhosos.
Este leitor já está desanimado, pois acha muito complicado encontrar alguém, poucos são os que entram em salas de bate papo e encontrar alguém na rua é muito complicado, apesar de acreditar que existem muitos enrustidos, mas quem se arrisca à exposição pública, principalmente na velhice?
Num e-mail ele escreveu: Gostaria de saber se você pode fazer um post dando sua opinião sobre esse descaso e desinteresse de um grande numero de maduros, para com algo mais fixo ou um envolvimento afetivo.
O meu corresponde pediu sigilo, portanto vou me restringir e complementar este post com a minha opinião.
Quando se é jovem temos o mundo à nossa frente, muitos sonhos e desejos de realizações tanto profissionais quanto pessoais. O jovem gay sonha em encontrar um parceiro para a eternidade, mas infelizmente tudo na vida tem data de validade.
Na juventude em me envolvi em alguns relacionamentos com homens maduros e nenhum deles foi uma relação estável, duraram meses e apenas um foi além de um ano. A diferença de idade, os diferentes níveis culturais e as próprias experiências de vida eram distintas. Eu nunca encontrei a minha alma gêmea.
Com o passar dos anos e com a maturidade percebi em mim o que deve ocorrer com a maioria dos gays maduros, ou seja, as vivências nos calejam e deixam cicatrizes profundas. Desilusões de sonhos não realizados, relacionamentos turbulentos, perdas, diferença de idade nas relações e a confirmação de que o mundo gay é completamente diferente do que imaginamos.
Já na fase adulta e na porta da terceira idade eu penso que é mais importante ter um amigo do que ter um amante ou companheiro. Morar juntos não é para qualquer um, porque as relações se desgastam.
Como diz um amigo: na velhice, seja gay ou não, o importante é ter saúde, algum dinheiro guardado para eventualidades e se aparecer alguém para uma transa ótimo, senão não há nada a fazer e terminar uma noite de tesão com uma punheta assistindo filme pornô ou interagindo com algum homem no mundo virtual.
Este meu amigo não está errado, porque eu sempre ouvi de outros gays idosos que no fim terminamos a vida, invariavelmente, sozinhos – Os gays não constituem família, então é óbvio que na velhice estaremos sozinhos.
Eu conheço pelo menos uma dezena de casais que vivem juntos para não ficarem ou morrerem sozinhos. Eu mesmo, já estou preparando a minha velhice porque sei que lá na frente eu estarei só.
Hoje eu tenho um companheiro, mas a morte é um divisor de águas em nossas vidas e perdas são irreparáveis e quase sempre insubstituíveis.
O desinteresse dos grisalhos por relações mais duradouras é decorrente de inúmeras variáveis durante a vida e a grande maioria delas foram variáveis frustrantes.
Gay idoso que gosta de jovem sabe que a relação não vai durar, portanto, opta por relações fugazes e casuais. São raros os encontros que se estendem por muito tempo. Alguns até preferem pagar michê para não ter envolvimento emocional.
Outro amigo me disse que os gays são assim porque não sabem trabalhar o seu lado emocional, são fragilizados pela família e pela sociedade. É tanta repressão que ao longo da nossa vida reprimimos nossas emoções e vivemos apenas para satisfazer nossos desejos sexuais.
Neste universo de relações entre jovens e maduros ou idosos existem casais que estão juntos há décadas, mas eu penso que é minoria dentro da minoria homossexual.
Independente desse cenário eu sempre digo aos jovens para seguirem em frente, buscando realizar seus sonhos pessoais, porque os seres humanos são distintos e únicos. As relações humanas são iguais às caixas de surpresa, sempre tem uma premiada.
Visto no: Grisalhos

Enfrentando duplo preconceito, homossexuais com limitações físicas rejeitam a pecha de ‘coitadinho’ e revelam ter uma vida sexual ativa e prazerosa

Arquivo pessoal
Pedro Azevedo Fernandes e o namorado andante Thiago Matias de Oliveira
Nos cinemas brasileiros desde a última quinta-feira (10), o filme “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho” conta a história de Leo (Guilherme Lobo), um jovem cego que se apaixona pelo colega de escola Gabriel (Fábio Audi). Premiado internacionalmente, o longa coloca em evidência os relacionamentos afetivos dos homossexuais que lidam com limitações físicas em seu dia a dia. Com paralisia cerebral, o ator cariocaPedro Azevedo Fernandes, 22, é um deles.
“Nasci de cinco meses. Na hora do parto, faltou oxigenação no cérebro. Minhas funções cognitivas foram preservadas, minha paralisia não afetou nem fala nem intelecto, só a parte motora”, explica Pedro, que namora há cinco meses o técnico de informática Thiago Matias de Oliveira, 28.
Thiago revela que se encantou com o agora namorado logo que viu uma imagem dele na internet. “Conheci o Pedro pelo Instagram, vi uma foto dele e fiquei apaixonado. Perguntei a um amigo quem era ele e depois nos adicionamos no Whatsapp. Conversamos por quase dois meses”, relata o técnico de informática.
Por conta de suas limitações físicas, Pedro se mostrava reticente nas conversas, mas o técnico de informática não desanimou. “Ele tinha preocupações de me ver o ajudando em algumas necessidades como tomar banho. Dizia que não queria que eu fizesse certas coisas por ele e foi me preparando para tudo. Mas não pensei muito a respeito disso. Sempre fiz tudo por ele de boa”, conta Thiago.
Os receios de Pedro não eram sem motivo e vinham de experiências anteriores. “Eu saia pra balada, ficava com um e outro, mas sentia muito preconceito. As pessoas não se aproximavam por medo, por não saber como lidar. Cheguei a ouvir frases como ‘ele é até bonito, mas não vou ficar com ele porque é cadeirante’”, descreve o ator.
As pessoas não se aproximavam por medo, por não saber como lidar. Cheguei a ouvir frases como ‘ele é até bonito, mas não vou ficar com ele porque é cadeirante (Pedro Azevedo Fernandes)
Com o namoro, Thiago também passou a enfrentar situações de preconceito. “As pessoas falam coisas do tipo: ‘Credo, como ele tem coragem de ficar com um cadeirante?’ e ‘Imagina as posições limitadas deles?’. Mas nós tiramos isso de letra, não damos ouvidos a esse tipo de comentário”, diz o técnico, ressaltando, no entanto, que também recebe mensagens de apoio. “As mulheres no geral acham a gente um casal fofo e falam que somos lindos.”
CARA DE COITADO
Hoje com 40 anos, a funcionária pública Selma Rodeguero ficou paralitica aos 17 anos em um acidente automobilístico. Já tendo consciência de que era lésbica, ela só se assumiu no ano seguinte ao que ficou com a deficiência. Também passando por situações de preconceito, Selma sente que o fato de ser cadeirante incomoda mais os outros do que a sua orientação sexual.
As pessoas falam coisas do tipo: ‘Credo, como ele tem coragem de ficar com um cadeirante?’ e ‘Imagina as posições limitadas deles? (Thiago Matias de Oliveira)
“Sou muito bem resolvida, então não estou nem aí. Quero mais que me olhem e saibam que eu sou sapatão. Agora em relação a ser cadeirante é pior, as pessoas acham que a gente não faz sexo, que não consegue fazer nada sozinho. Olham com aquela cara de que a vida acabou. Cara de coitado, sabe?”, desabafa Selma.
Mas Selma rejeita o indesejável título de ‘coitada’, confessando ainda que a sua vida afetiva e sexual é mais do que satisfatória. “A mulher lésbica lida muito bem com isso, impressionante como elas gostam, acho que é o lado materno. Homens são muito encanados com a aparência, mas mulher não.”
Veja fotos do filme "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho":
Um das cenas mais emocionantes de 'Hoje Eu Quero Voltar Sozinho'. Foto: Divulgação
'Hoje Eu Quero Voltar Sozinho' conta a história do adolescente gay cego Leo . Foto: Divulgação
Leonardo se apaixona pelo colega de escola Gabriel (Fábio Audi). Foto: Divulgação
Juntos vão descobrir o amor e a sexualidade. Foto: Divulgação
'Hoje Eu Quero Voltar Sozinho' estreia na quinta-fera (10). Foto: Divulgação
Mesmo alvo de bullying, Leonardo se mostra corajoso e desbravador . Foto: Divulgação
Bastidores da gravação de 'Hoje Eu Quero Voltar Sozinho'. Foto: Divulgação
O diretor Daniel Ribeiro é também responsável pelo curta 'Não Quero Voltar Sozinho', de 2010 . Foto: Divulgação
Bastidores da gravação de 'Hoje Eu Quero Voltar Sozinho'. Foto: Divulgação
Fábio Audi, Daniel Ribeiro e Guilherme Lobo conferindo as gravações. Foto: Divulgação
Protagonistas do filme 'Hoje Eu Quero Voltar Sozinho', durante o Festival de Berlim. Foto: Reprodução/Facebook
Fábio Audi e Guilherme Lobo no Festival de Guadalajara . Foto: Reprodução/Instagram
Um das cenas mais emocionantes de 'Hoje Eu Quero Voltar Sozinho'. Foto: Divulgação
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Surdo, o educador e artista plástico Leonardo Castilho, 26, convive com esta deficiência desde os oitos de meses de idade. Mas da mesma forma do que Selma, ele não vê essa limitação atrapalhar a sua vida afetiva. “A maioria dos caras se aproximam por eu ser surdo. Eles querem aprender a se comunicar, conhecer outras dimensões”, explica Leonardo, que também não tem problemas em abordar quando está interessado em alguém.
“Tenho uma estratégia. Como sou surdo, a minha fala é parecido com a de um gringo, alguém que fala espanhol. Eles acabam pensando que sou estrangeiro. Mas esclareço, falo que sou surdo e que sei libras. Eles adoram essa diferença em se comunicar”, se diverte Leonardo, relatando o encantamento de seus paqueras com suas habilidades comunicação.
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Leonardo Castilho é surdo desde os oito meses de idade
O artista plástico só se relacionou até o momento com pessoas não surdas, um dos seus parceiros até virou intérprete. “Eu abri a porta para ele entrar no mundo dos surdos. Ele se afastou dos amigos ouvintes para desenvolver a libras na comunidade surda. Andava só com os surdos todos os dias”, narra Leonardo.
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Selma conta que existem muitas formas em se praticar sexo sendo cadeirante
VIDA SEXUAL ILIMITADA
As limitações físicas interferem inegavelmente na vida sexual de quem tem deficiências físicas, mas isso não os impede de fazer sexo e de ter prazer na cama, como faz questão de ressaltar Selma, que percebeu alguns sentidos ganhando destaque depois do acidente.
O prazer vem de outras formas, com o olfato, o tato e a visão. Descobri meu corpo muito mais, tem pontos do corpo que eu só sinto agora. Com toque e muita ternura, dá para se chegar ao orgasmo (Selma Rodeguero)
“O cadeirante tem tesão, apesar de não ter a sensibilidade física. O prazer vem de outras formas, com o olfato, o tato e a visão. Descobri meu corpo muito mais, tem pontos do corpo que eu só sinto agora. Com toque e muita ternura, dá para se chegar ao orgasmo”, ressalta Selma.
Discreto, Thiago revela que a vida sexual com o namorado  é amplamente satisfatória. “Só digo que o sexo não é nada limitado”, deixa escapar o técnico de informática. O parceiro Pedro confirma o prazer ilimitado, explicando que os dois estabeleceram uma dinâmica própria na cama. “Ele vai me segurando e me guiando. Eu consigo ser ativo inclusive, mas prefiro ser passivo”, confessa o ator.
Visto no: Igay